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Mercado de capas para colchões se consolida no mundo

Muito usadas no bed in a box, as capas para colchões possuem suas próprias tecnologias e são um dos elementos que contribuem para o desmonte sustentável de colchões usados

Apesar de não serem tão exploradas pela indústria nacional, as capas para colchões já estão bem estabelecidas no mercado internacional, principalmente nos Estados Unidos e na Europa. “As capas para colchão são um componente essencial para o mercado de bed in a box. Hoje, o conceito de cama em uma caixa cresceu e se tornou uma indústria de mais de US$ 1,5 bilhão, sendo 12% de todas as vendas de colchões nos EUA, de acordo com os dados do www.buyersguide.org. Graças aos millenials e sua propensão às compras online, esses números só continuam a crescer”, introduz Charlene Vaz, designer e diretora de marketing da BekaertDeslee Norte América.

Segundo Charlene, os colchões bed-in-a-box são de qualidade e possuem um preço razoável, o que os torna uma opção bastante atrativa para quem não quer perder tempo indo a lojas físicas de colchão. “Os períodos de teste prolongados (até 100 noites ou mais) e devoluções sem complicações, aumentam a confiança do consumidor e contribuem para o crescimento deste setor”, acrescenta. Ela lembra que os EUA lideram esse mercado, “com inúmeras startups e players competindo ferozmente”.

A designer e diretora da BekaertDeslee cita como exemplo de marcas consolidadas nos Estados Unidos no mercado de bed in a box e que usam as capas prontas, a Serta Simmons Bedding, Tempur Sealy, Casper, Saatva e Purple, além de outras. 

E se nos Estados Unidos muitas empresas estão confeccionando esse tipo de colchão, a diferenciação de marca fica por conta do uso de materiais avançados, opções de personalização e estratégias de branding, observa Charlene. “Já na Europa, países como Alemanha e Reino Unido adotaram esse modelo, com marcas como Emma e Eve ganhando força. A sustentabilidade é cada vez mais enfatizada, alinhando-se com os valores do consumidor europeu”, avalia.

A designer também comenta que está havendo um rápido crescimento do uso de capas para colchões na região Ásia-Pacífico, impulsionado pela crescente urbanização, expansão da classe média e inclusão digital. “Países emergentes na América Latina, Oriente Médio e África estão começando a adotar esse modelo de colchão na caixa, embora com muitos desafios de logística e falta de confiança do consumidor”, relata.

“Quando a pandemia atingiu o mundo em 2020, consumidores consideraram fazer compras maiores para a casa — provavelmente porque as pessoas estavam passando mais tempo em casa e notando os aspectos de sua moradia que gostariam de melhorar. Como resultado, a indústria de colchões cresceu muito”, lembra Charlene ao ser indagada sobre a incorporação do uso de capas prontas no mercado internacional de colchões.

Os millennials são um dos motivos para o mercado dos bed in a box continuar a crescer, já que eles possuem uma afinidade grande com as compras online

Segundo Charlene, a maioria dos consumidores optou por comprar colchão em lojas online como resultado da pandemia de COVID-19, o que fortaleceu ainda mais esse mercado. “Os compradores de colchões também migraram para o digital por outros motivos: melhores preços e a comodidade que a compra de um colchão bed in a box traz. Essa tendência tem transformado a indústria de colchões desde então, conquistando cada vez mais adeptos e impulsionando o comércio eletrônico como um modelo prático e acessível para os consumidores”.

Capa Camille, desenvolvida pela BekaertDeslee

Sobre a aceitação do uso das capas prontas por parte dos consumidores, a designer e diretora da BekaertDeslee acredita que a capa em si não é o foco deles. “Eles focam no produto bed in a box como um todo. A capa vai complementar, dar a estética e outros benefícios, mas faz parte do colchão”, opina, acrescentando que agora existem vantagens que os consumidores podem disfrutar. Algumas das capas tem características que as tornam laváveis, por exemplo, uma opção para aqueles consumidores que tem uma preocupação maior com a higiene do seu colchão.

Como exemplo disso, Charlene fala sobre uma das capas desenvolvidas pela BekaertDeslee. “Camille é uma capa com painéis intercambiáveis que além de se adaptar às necessidades pessoais com diferentes tecnologias de conforto, higiene e frescor, ela também pode ser lavável. Toda a linha Camille é lavável à máquina a 30°C sem risco de perda de desempenho”.

A sustentabilidade como aliada

Como já foi dito, as capas para colchões podem desempenhar um papel fundamental também no aspecto sustentável desses colchões, principalmente no que os fabricantes chamam de “end of life”, que é quando aquele colchão chega ao final de sua “vida útil” e será descartado, mas algumas mudanças também podem ser feitas nos processos de produção para que os colchões ganhem características mais sustentáveis. “Um exemplo de quem vem fazendo isso muito bem no mercado é a marca Avocado. Os colchões são feitos usando materiais ecológicos e orgânicos, como látex orgânico certificado pela GOLS, algodão orgânico certificado pela GOTS e lã, bem como aço reciclado”, exemplifica Charlene.

Nesse sentido, a BekaertDeslee também oferece um portfólio de fios e acabamentos naturais que contribuem com a produção de tecidos para este conceito. “Temos fios como tencel, algodão orgânico, seaqual, fios reciclados de garrafas pet, hemp entre outros. Para acabamentos temos soluções alinhadas ao frescor, higiene, saúde e luxo”, afirma a designer.

Charlene chama a atenção para o fato de a BekaertDeslee ser uma das grandes produtoras de capas, criando soluções como a Zipperless Cover. “Enfrentamos o desafio da reciclagem de colchões de frente e projetamos uma capa exclusiva sem zíper feita inteiramente de poliéster. Esta solução inovadora simplifica o processo de reciclagem ao eliminar zíperes de metal, um obstáculo comum. A construção tipo envelope da capa facilita a reciclagem, oferecendo uma alternativa sustentável à incineração, reduzindo assim o impacto ambiental e promovendo práticas econômicas e ecologicamente corretas”, explica.

No Brasil a BekaertDeslee também desenvolve um trabalho focado na produção de capas e uso de novas tecnologias em seus tecidos. Você pode ler mais sobre isso na reportagem que vem na sequência.