Do bed in a box à economia circular: o poder das capas
A BekaertDeslee mostra que as capas para colchões são uma excelente alternativa para o mercado brasileiro que, pode e deve crescer ainda mais, especialmente através da venda online

Com um potencial muito grande de crescimento, a BekaertDeslee vem investindo na produção de capas para colchões aqui no Brasil. Pensadas, principalmente para os colchões “bed in a box”, as capas também são uma alternativa para as empresas que pretendem fortalecer a cultura da economia circular, pois elas facilitam o desmonte do colchão velho e o reaproveitamento de seus materiais, além de algumas capas da empresa serem feitas no conceito Zipperless Covers, o que significa que elas não possuem zíper e são ainda mais fáceis de serem recicladas.
Aqui no Brasil, a BekaertDeslee conta com uma linha de confecção de capas integrada à produção têxtil desde 2021. “Hoje já operamos com oito clientes ativos nessa área. Essencialmente é uma atividade de adição de valor aos tecidos que vendemos”, relata Lars Andreas Müller, general manager BekaertDeslee South America. Ele conta também que ainda há um certo ceticismo no mercado brasileiro em relação à essa tecnologia e sua implementação. “Entretanto, os cases de sucesso têm crescido mês a mês”, lembra.

A BekaertDeslee está tendo um bom crescimento (apesar de não revelar números) após os investimentos na nova planta, localizada em Nova Odessa (SP), oferecendo uma maior quantidade de produtos e serviços, como a fabricação de capas, que podem ser vendidas tanto para as indústrias de colchões como diretamente para os varejistas. “Produzimos capas em 11 unidades do Grupo. Aqui na região das Américas temos fábricas no México, Argentina e Brasil em que produzimos capas como mais uma forma de vendermos tecidos aos mercados”, afirma.
Lars Müller sabe que a implementação do uso de capas para colchões é um projeto que requer grandes investimentos por parte dos fabricantes. “Esse tipo de projeto costuma levar de quatro a seis meses para se desenvolver até se chegar ao perfeito conjunto de colchão e, vale lembrar, que a capa é apenas uma parte desse complexo conjunto”, acrescenta.

Apesar de os consumidores brasileiros ainda não serem muito adeptos do conceito “bed in a box”, Lars acredita que esse é um mercado que tem muito potencial de crescimento e, consequentemente, deve levar ao aumento da demanda por capas prontas. “Acreditamos que ainda há espaço para o crescimento das vendas online de colchão, pois o Brasil é um dos países com maior consumo de produtos via internet. No caso dos colchões, muitas barreiras ainda precisam ser quebradas para que eles se tornem um desses produtos de sucesso no comércio eletrônico”, pondera, lembrando que “é um mercado novo e a relação cultural de compra do público brasileiro deve ser considerada no projeto econômico de precificação de uma marca de colchão, visando considerar sabidas perdas nesse tipo de negócio”.
O general manager faz um pequeno comparativo em relação à aceitação de mercado das capas nos países em que a empresa atua. “Nos Estados Unidos e na Europa a venda online é mais madura, onde estimamos que o mercado para produtos como as capas de colchão seja algo em torno de 8% em unidades”, revela. Ele também observa que aqui no Brasil ele vê que alguns fabricantes estão se empenhando na busca de mais resultados com as vendas online. “Algumas marcas estão ofertando até 100 noites de sono para quem adquire os colchões de forma online como uma forma de provar o produto”.

Como dito por Lars, as capas são um ótimo negócio para aqueles que querem investir nos colchões na caixa e na economia circular, mas também são um excelente recurso para que o consumidor possa inspecionar o conteúdo que está comprando. “Um fabricante que tenha capacidade de desenvolver linha de produtos em que atributos em uma capa possam gerar um artigo completamente diferente, com a mesma estrutura de colchão pode se beneficiar da redução de estoques e capital empregado, ganhando agilidade e otimizando sua produção. Há outros elementos como redução de desperdícios na cadeia, no que se refere a parte têxtil de um colchão, que tendem a poder ser otimizados dentro deste conceito, pois com a produção integrada é possível otimizar diversos elementos e eliminar desperdícios”, explica.